Paranaense de Pato Branco, Mari Schurt recebeu um empurrão da mãe para entrar na Gastronomia após se desiludir com o curso de Direito. A participante do Mestre do Sabor se define tímida, exceto quando está na cozinha, onde transforma em uma cozinheira séria, focada e “mandona”, segundo ela.
Com apenas 27 anos, Mari já passou por diferentes restaurantes e conquistou os jurados do programa com um preparo delicado e rico em sabor. Atualmente trabalha em um restaurante com uma proposta revolucionária de sustentabilidade.
Maria Schurt despertou a curiosidade do público por trabalhar no “Corrutela”. A gastronomia sustentável do restaurante inclui até mesmo a instalação de uma composteira.
De Pato Branco à Espanha
A paranaense se mudou há cinco anos para São Paulo, mas a certeza de que estava no caminho certo veio bem antes.
Sua redenção à cozinha profissional ocorreu quando foi à Espanha e trabalhou nos restaurantes Asador Etxebarri, em Bizkaia, e no estrelado El Celler de Can Roca, em Girona, classificado o melhor restaurante do mundo em 2013 e 2015, pelo Guia Michelin.
A influência da cozinha internacional transformou Mari Schurt numa cozinheira que transita entre a gastronomia brasileira e a tradição europeia. Isso ficou claro em sua primeira apresentação em Mestre do Sabor, com um prato italiano e influência brasileira.
Mari Schurt trabalha em restaurante sustentável
O Corrutela, onde Mariana Schurt é subchefe, funciona no boêmio bairro Vila Madalena, em São Paulo, e tem uma proposta sólida de sustentabilidade. Com o intuito de gerar pouco lixo ou poluição, o estabelecimento tem uma composteira e uma tecnologia israelense capaz de lavar pratos sem produtos químicos ou esforço manual.
No restaurante, 25% da energia é solar, os canudos são de metal e até mesmo o cardápio é reduzido para otimizar as operações e evitar desperdício. Além disso, os itens disponíveis são variáveis para respeitar a sazonalidade dos produtos.
Apesar da preocupação com o meio ambiente, o Corrutela não é menos admirado por seus pratos e até mesmo o apresentador Claude Troisgros mencionou a fama do restaurante em conversa com Mari Schurt.
Prato delicado conquistou chefs
Mari Schurt serviu um Agnolini de abóbora, castanha de caju e caldo de frango para conseguir uma vaga no reality show.
Agonolini de Abóbora de Mari Schurt. Foto: Globo/Samuel KobayashiOs jurados ficaram encantados com o sabor, mas principalmente com a delicadeza e execução do prato. Leo Paixão acrescentou: “é isso que a gente quer: sabor e simplicidade”, José Avillez quase tomou todo o caldo de frango do prato ao brincar com os outros chefs e Kátia Barbosa afirmou que a preparação foi uma das melhores coisas que já comeu.
Os três jurados apertaram o botão verde e a participante escolheu o time de Kátia por querer se aproximar da culinária brasileira. Poucas participantes foram escolhidos pelos três jurados. Um deles foi Júnior Marinho.
Gastronomia sustentável
Mari Schurt chamou a atenção do público por ser parte da equipe de um restaurante com práticas sustentáveis. Mas o que seria a gastronomia não ofensiva ao meio ambiente?
Trata-se do uso otimizado dos ingredientes e dos recursos naturais, além do incentivo à economia local. Restaurantes sustentáveis costumam ter como fornecedores os pequenos produtos locais, que geralmente empregam agroecológia nos cultivos.
Corrutela, onde Mari Schurt trabalha, é considerado o restaurante mais sustentável da América Latina. Foto: divulgaçãoA sustentabilidade reflete também no cardápio, muitas vezes reduzido e constante. Como 30% da comida é desperdiçada no mundo, um cardápio reduzido contribui para que mais pratos possam ser feitos com ingredientes em comum, assim com risco mais baixo de descarte.
O emprego de fontes alternativa de energia e reutilização da água também é importante, como a instalação de placas de energia solar e composteiras.